Alimentação e Construção de Hábitos
Cotidiano Extraordinário
A alimentação e a construção de hábitos pertencentes ao ato de alimentar-se geram importantes indagações acerca de fundamentos da construção da sociedade, da relação da cultura com a natureza, do simbólico e do biológico. Alimentar-se é vital e intrínseco à sobrevivência. Porém, quando nos alimentamos, atribuímos também significados àquilo que estamos incorporando, comendo.
Comer é um ato social. Nos nutrimos de imaginários e memórias, vamos além da nutrição fisiológica do corpo. Ao compartilhar a refeição, nos conectamos com representações coletivas que perduram pelo tempo.
Podemos, cotidianamente, ter acesso a rituais alimentares de nossos antepassados quando partilhamos a feitura de uma receita e nos sentamos juntos à mesa. O ato de compartilhar o alimento fortalece vínculos e relações, concretiza heranças culturais, nos transporta para tempos distantes e carrega o cotidiano de significado: conecta cheiros, imagens, sons, lugares, momentos e pessoas.
A escola é o primeiro espaço institucionalizado para a criação de relações sociais da criança. Comer com os amigos e educadores, sentar-se à mesa e compartilhar deste momento é vivenciar a alimentação de forma prazerosa, é a construção do paladar em meio à diversidade. Comendo na escola, as crianças desenvolvem suas competências sociais, sensoriais, motoras e cognitivas, sendo a alimentação componente do currículo pedagógico.
A cozinha é um laboratório de processos e procedimentos de aprendizados: colher o alimento, lavar, organizar, levar ao fogo, cozinhar, transformar, compor, degustar, satisfazer. Quando preparamos o que comemos e quando temos consciência do processo de transformação dos alimentos podemos compreender o todo e nos inserir em um coletivo.
Para além dessa consciência processual anterior à ingestão dos alimentos, precisamos nos atentar, também, ao momento da refeição e aos cuidados diários do ambiente em que ela é feita. O refeitório do Thema funciona como a extensão da cozinha de casa, o lugar onde são moldados os valores relacionados à alimentação, à experimentação de novos sabores e à importância da construção de hábitos saudáveis.
O cardápio é pensado para atender a demanda nutricional da faixa etária e direcionado para as preferências alimentares da maioria das crianças.
Entendemos que se a criança estiver cercada de alimentos considerados saudáveis, ela pode optar entre eles sem que isso interfira na demanda de nutrientes mínimos necessários. Busca-se variedade, sobretudo dos vegetais, para que as crianças tenham contato com essa multiplicidade de alimentos que constroem nossos gostos pessoais e coletivos.
As frutas servidas in natura provocam as crianças a pensar sobre o contraste das cores, os pesos, as diferentes texturas e formatos. As sementes, o caroço, as cascas e bagaços somam-se às polpas abrindo possibilidades para investigações - quais frutas são ingeridas com casca; quais precisam ser descascadas; como as sementes se assemelham ou se divergem; quais polpas são mais doces ou mais suculentas. Chupar o caroço da manga, a polpa da laranja, separar as sementes da melancia, mastigar as da goiaba, são vivências diárias que ampliam o paladar das crianças. Os sucos, servidos nas jarras transparentes, convidam a pensar sobre qual fruta foi processada para chegar àquele sabor, aroma e cor.
Com a intenção de problematizar o consumo dos alimentos e de evitar o desperdício, é construída diariamente a conscientização da quantidade de comida servida e dos descartes. Também é realizada, na escola, a coleta de cascas de frutas que servem para o adubo de plantas e compostagem. Ainda, em parceria com a nutricionista e a dentista da escola, as crianças do Fundamental criaram um projeto com medidas práticas para tornar esse momento cada vez mais prazeroso para toda a comunicada escolar.
A construção de hábitos e rituais que perpassam o momento da refeição, como lavar as mãos antes e depois, chegar e reconhecer o espaço do refeitório, bem como da mesa em que irão se sentar, contar os copos e organizar os pratos e talheres, buscar plantas para ambientar a mesa, selecionar os alimentos que o grupo gosta, ter contato com as cozinheiras e auxiliares, são ações e oportunidades de aprendizagem que antecedem a alimentação coletiva.
As crianças expressam seus desejos, preferências e têm oportunidade de, na relação com os demais, arriscar-se a experimentar coisas novas e também ampliar suas escolhas por desfrutar do prazer de comer com os amigos. Muitas vezes escuta-se no refeitório: “Experimenta, vai que você gosta! Eu gosto!”.
Comer no coletivo favorece o processo de autoconhecimento. Ao compartilhar o ambiente comum do refeitório as crianças são instigadas, observando o outro a comer - selecionar, mastigar, engolir e repetir. Segurar o talher, a fruta e levar à boca, atentando-se aos seus movimentos e expressões faciais de prazer, curiosidade ou até mesmo estranhamento, é uma situação de aprendizagem que desperta o desejo em fazer o mesmo. A alimentação na escola favorece o processo de construção da autonomia do comer: com início no berçário, ao segurar a mamadeira; no maternal, ao segurar o talher; nos grupos maiores, com a possibilidade do uso de garfo e faca; seguindo para o fundamental, cortando e descascando as frutas com destreza.
Assim, a busca por uma alimentação consciente e, concomitante a isso, uma construção de hábitos cotidianos significativos, é marco inicial de uma caminhada pela criança autônoma, crítica, responsável e sensível.
Comer é um ato social. Nos nutrimos de imaginários e memórias, vamos além da nutrição fisiológica do corpo. Ao compartilhar a refeição, nos conectamos com representações coletivas que perduram pelo tempo.
Podemos, cotidianamente, ter acesso a rituais alimentares de nossos antepassados quando partilhamos a feitura de uma receita e nos sentamos juntos à mesa. O ato de compartilhar o alimento fortalece vínculos e relações, concretiza heranças culturais, nos transporta para tempos distantes e carrega o cotidiano de significado: conecta cheiros, imagens, sons, lugares, momentos e pessoas.
A escola é o primeiro espaço institucionalizado para a criação de relações sociais da criança. Comer com os amigos e educadores, sentar-se à mesa e compartilhar deste momento é vivenciar a alimentação de forma prazerosa, é a construção do paladar em meio à diversidade. Comendo na escola, as crianças desenvolvem suas competências sociais, sensoriais, motoras e cognitivas, sendo a alimentação componente do currículo pedagógico.
A cozinha é um laboratório de processos e procedimentos de aprendizados: colher o alimento, lavar, organizar, levar ao fogo, cozinhar, transformar, compor, degustar, satisfazer. Quando preparamos o que comemos e quando temos consciência do processo de transformação dos alimentos podemos compreender o todo e nos inserir em um coletivo.
Para além dessa consciência processual anterior à ingestão dos alimentos, precisamos nos atentar, também, ao momento da refeição e aos cuidados diários do ambiente em que ela é feita. O refeitório do Thema funciona como a extensão da cozinha de casa, o lugar onde são moldados os valores relacionados à alimentação, à experimentação de novos sabores e à importância da construção de hábitos saudáveis.
O cardápio é pensado para atender a demanda nutricional da faixa etária e direcionado para as preferências alimentares da maioria das crianças.
Entendemos que se a criança estiver cercada de alimentos considerados saudáveis, ela pode optar entre eles sem que isso interfira na demanda de nutrientes mínimos necessários. Busca-se variedade, sobretudo dos vegetais, para que as crianças tenham contato com essa multiplicidade de alimentos que constroem nossos gostos pessoais e coletivos.
As frutas servidas in natura provocam as crianças a pensar sobre o contraste das cores, os pesos, as diferentes texturas e formatos. As sementes, o caroço, as cascas e bagaços somam-se às polpas abrindo possibilidades para investigações - quais frutas são ingeridas com casca; quais precisam ser descascadas; como as sementes se assemelham ou se divergem; quais polpas são mais doces ou mais suculentas. Chupar o caroço da manga, a polpa da laranja, separar as sementes da melancia, mastigar as da goiaba, são vivências diárias que ampliam o paladar das crianças. Os sucos, servidos nas jarras transparentes, convidam a pensar sobre qual fruta foi processada para chegar àquele sabor, aroma e cor.
Com a intenção de problematizar o consumo dos alimentos e de evitar o desperdício, é construída diariamente a conscientização da quantidade de comida servida e dos descartes. Também é realizada, na escola, a coleta de cascas de frutas que servem para o adubo de plantas e compostagem. Ainda, em parceria com a nutricionista e a dentista da escola, as crianças do Fundamental criaram um projeto com medidas práticas para tornar esse momento cada vez mais prazeroso para toda a comunicada escolar.
A construção de hábitos e rituais que perpassam o momento da refeição, como lavar as mãos antes e depois, chegar e reconhecer o espaço do refeitório, bem como da mesa em que irão se sentar, contar os copos e organizar os pratos e talheres, buscar plantas para ambientar a mesa, selecionar os alimentos que o grupo gosta, ter contato com as cozinheiras e auxiliares, são ações e oportunidades de aprendizagem que antecedem a alimentação coletiva.
As crianças expressam seus desejos, preferências e têm oportunidade de, na relação com os demais, arriscar-se a experimentar coisas novas e também ampliar suas escolhas por desfrutar do prazer de comer com os amigos. Muitas vezes escuta-se no refeitório: “Experimenta, vai que você gosta! Eu gosto!”.
Comer no coletivo favorece o processo de autoconhecimento. Ao compartilhar o ambiente comum do refeitório as crianças são instigadas, observando o outro a comer - selecionar, mastigar, engolir e repetir. Segurar o talher, a fruta e levar à boca, atentando-se aos seus movimentos e expressões faciais de prazer, curiosidade ou até mesmo estranhamento, é uma situação de aprendizagem que desperta o desejo em fazer o mesmo. A alimentação na escola favorece o processo de construção da autonomia do comer: com início no berçário, ao segurar a mamadeira; no maternal, ao segurar o talher; nos grupos maiores, com a possibilidade do uso de garfo e faca; seguindo para o fundamental, cortando e descascando as frutas com destreza.
Assim, a busca por uma alimentação consciente e, concomitante a isso, uma construção de hábitos cotidianos significativos, é marco inicial de uma caminhada pela criança autônoma, crítica, responsável e sensível.